terça-feira, 12 de abril de 2011

A Ópera e Eu...

- Do jeito que estou, só a ópera mesmo.

- UheuHSAUHEEUhaushaushas

Esse foi um diálogo entre um amigo e eu há poucos minutos. Engraçado que quem não entende de ópera, não sabe, sequer, do significado da frase dita por mim.
A ópera, por muitos desconhecida, fala dos mais profundos sentimentos do ser humano. Vulgarmente falando, ela é uma peça de teatro com música. E dramática. Até as comédias possuem drama.

Verdi, Mascagni, Puccini e tantos outros... colocaram no papel e deram vida aos sentimentos: dor, traição, amor, paixão... momento econômico da época, passagem de um período para o outro, industrialização, capitalismo, pobreza... tudo isto está inserido numa que se preze, lógico que retratados de forma fantástica por cantores líricos perfeitos: Caruso, Pavarotti, Carreras, Domingos, Bocelli, Callas, Norma... tantos nomes, tantas vozes lindas que dão o tom perfeito a algo que, quando escutado com o coração, bate na alma, nos faz levitar e... chorar. Sim, a ópera quando bem apreciada faz qualquer marmanjo chorar.

É com esse sentimento profundo que admiro as obras e... choro. Choro pela Mimi, pelo Rodolfo... choro por mim e por quem não tenho por perto. Me identifico com as personagens por um simples motivo: sofrimento. Este sofrimento que corta a alma e faz uma personagem infeliz e morta, mesmo estando viva. Uma dor aguda, assim como a voz de uma soprano. Uma alma sombria, como o tom baixo de um barítono. Uma confusão de sentimentos, tal qual a orquestra, tão bem regida pelo seu maestro.

E, no final... a MORTE. Sim, tem que ter uma boa morte de algum dos protagonistas. Sem ela não é ópera, não é vida, não é sentimento. A morte que acalenta e silencia as dores do corpo e, talvez, da alma. O ápice da tragédia humana e a beleza de uma obra tão rebuscadamente trabalhada.


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